Tempo dificeis, tempos de mudança
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E pensar que já estaríamos bem
Que estaríamos afora, nos abraçando
Escrevo isso, mas não queria
Não posso silenciar-me enquanto uns sobrevivem, e outros estão morrendo
Embora da vida me esquecia
Me esquecendo de cada alguém
Há tempos me isolo
Esquecendo do planeta, que pede socorro
Sempre agredido, sem piedade nem consolo
A natureza se desespera
Ela berra
Com suas enchentes, incêndios, furacões, enquanto os ares se aquecem
Então ela revida, um hiato nos dá com ordem
O perigo está lá fora
Os poderosos, engravatados, decidem a ignorar
Dizendo que não passa de uma gripezinha
Que pelo seu dinheiro, seu provento, vidas terão que sacrificar
Aglomeram operários em linha
Para ao matadouro enviar
Dão o mínimo do mínimo
Um auxílio que não dá nem pro dízimo
Famílias despejadas, expulsas diante aos riscos
De pelo vírus serem contaminados
Nas chuvas, alagamentos criam prejuízos
Famílias perdem domicílios
Sem mais onde morar
Sem mais onde ficar
Mil mortes por dia nós chegamos
Ultrapassando as mortes da China, com menos habitantes
O Roberto Caetano Wolf, tão amado entre nós, furries
Nesse ano, perdemos
De luto ficamos
Lembranças que jamais serão esquecidas
Se tornaram em um pranto, ondas de tristezas
E nessa perda, encontramo-nos em nossas lágrimas
Que escorriam em nossos focinhos, perdendo-se entre os pelos
O desespero de milhares de pessoas
Que estão perdendo entes queridos
Enterrados em valas coletivas
Sem o direito de fazerem seu ritual de exéquias
Falsa quarentena
Fiquem em casa, nos dizem
Mas aos patrões permitem
Que se abram comércios
E que obriguem operários
Amontoarem-se em cada usina
Enormes corredores em shoppings e supermercados
Nas prateleiras, produtos novos
Em nossas telas, anúncios que dizem
Consumem
Comprem
Não pensem
Ditadura do consumo
Civilização suicida
Não aprendeu nada com essa pandemia
Renascem tempos de eugenia
Os casos seguem subindo
Mas seguem o planeta destruindo
Vítimas empilhadas em corredores de hospitais
Que não podem receber atendimento de profissionais
Em novos tempos de caças as bruxas
Médicos são perseguidos
Impedidos de fazerem suas pesquisas
Expostos ao perigo, sem materiais
Em espaços decadentes em seus trabalhos
Porém o tempo julga
A justiça nunca folga
O capitão que debochava
É infectado quando menos esperava
Jovens, o planeta nos espera
Façamos como nossos irmãos do norte
Estamos em um ano fatigante
Mas tudo passa, o tempo nunca para
São tempos de mudança
Tempos de criarmos um novo mundo
Tempos como esse nos guardam esperança
De um mundo sem miséria, pandemias, guerras e medo
-Josesk Volpe
Fiz essa arte quando o coronavirus tinha acabado de chegar no Brasil, o fursona no desenho pertence à Carla Yanni, e quis postar essa arte também como um presente à ela, porém nesses tempos, além da faculdade, tive algum tipo de problema psicológica, o que me dificultou muito a chegar a postar essa e outras artes que eu tinha feito nesses tempos... Como sou asperger, as vezes tenho ciclos que simplesmente prefiro me isolar da maioria, ou de todos. Peço desculpas à todos, todas e todes que não respondi ou visualizei e não respondi.
Na metade desse ano, esse ciclo começou a passar, mas o cenário mudou bastante e, infelizmente, para pior... Queria nem precisar mais postar essa arte, e se não precisasse, talvez alteraria a frase que se expõe no cartaz para outra, mas infelizmente, os casos continuam subindo muito, cada vez mais gente vem morrendo e nossos governantes não fazem nada ou fingem fazer alguma coisa, alguns países chegaram à achatar a curva, mas esse infelizmente não é o nosso caso e ainda não conseguimos achar um tratamento definitivo para a doença.
Nesse ano o Roberto Caetano morreu, o que é uma pena, e eu havia acabado de conhecer ele nesse ano, apesar de ele já ser muito conhecido. Nesses tempos, vi uns de meus amigos postando um print desesperado, com muita tristeza, pedindo para ele voltar, o que partiu meu coração. Um de meus amigos que eu conversava bastante, o Satihiko, também morreu, que embora não tenha sido de COVID-19, foi em um ano tão difícil quanto esse. Tinhamos uma roleplay para terminar, e agora nunca mais iremos...
Quando vi aquilo, lembrei imediatamente de meu amigo. Por isso, nessa poesia que passei várias madrugadas escrevendo, quis prestar uma homenagem dedicada em memória de Roberto Caetano Wolf, além de todas as vítimas dessa pandemia, alguém cuja morte deixará o movimento furry marcado para sempre...
Roberto, Satihiko, e tanta gente que partiu, presentes.
"We'll defeat the pandemic, so we'll fight for the planet"
The poetry was made originally in portuguese, so i'm sorry if it lost it quality by translating it to english...
And to think that we would be fine
That we would be outside, embracing
I write this, but I didn't want to
I cannot be silent while some survive, and others are dying
Although i've been forgotting about life
Forgetting about each one
I've isolated myself for some time
Forgetting the planet, which calls for help
Always assaulted, without mercy or consolation
Nature despairs
It screams
With its floods, fires, hurricanes, while the air heats up
So she retaliates, a hiatus gives us order
The danger is out there
The powerful people, in ties, decide to ignore
Saying it's just a little grip
That for their money, their income, lives will have to sacrifice
Crowding workers in a line
To send them to the slaughterhouse
Giving us the minimum of the minimum
An aid that does not even give tithing
Evicted families, expelled in the face of risks
From the virus being contaminated
In the rains, floods create losses
Families lose homes
No more place to live
No where else to stay
A thousand deaths a day we arrive
Overcoming China's deaths, with fewer inhabitants
Roberto Caetano Wolf, so loved among us, furries
This year, we lost
We mourn
Memories that will never be forgotten
Weeping, waves of sadness
And in that loss, we find ourselves in our tears
That dripped down our snouts, getting lost among our fur
The desperation of thousands of people
Who are losing loved ones
Buried in collective ditches
Without the right to perform their funeral ritual
False quarantine
Stay at home, they tell us
But them allow bosses
To open trades
And to oblige workers
Pile up at each plant
Huge corridors in shopping malls and supermarkets
On the shelves, new products
On our screens, ads that say
Consume
Buy
Don't think
Consumer dictatorship
Suicidal civilization
Learned nothing from this pandemic
Times of eugenics are reborn
Cases continue to rise
But they keep destroying the planet
Victims stacked in hospital corridors
Who cannot receive care from professionals
In new times of hunting the witches
Doctors are persecuted
Blocked from doing their researches
Exposed to danger, without materials
In decadent spaces in their work
But time judges
Justice never slack
The captain who mocked
Get infected when you least expected it
Young people, the planet awaits us
Let us do as our brothers from the north
We are in a stressful year
But everything passes, time never stops
Times of change
Times of creating a new world
Times like this keep us hopeful
From a world without misery, pandemics, wars and fear
-Josesk Volpe
I made this art when the coronavirus had just arrived in Brazil, the fursona in the drawing belongs to Carla Yanni, and I wanted to post this art as a gift to her, but in those times, besides college, I had some kind of psychological problems, that made it very difficult for me to post this and other arts that I had done at the time ... As an asperger, sometimes I have cycles that I simply prefer to isolate myself from most, or all. I apologize to everyone, everyone and everyone that I did not answer or visualized and did not answer.
In the middle of that year, this cycle started to pass, but the scenario changed a lot and, unfortunately, for the worse ... I would like to wouldn’t even need to post this art anymore, and if I didn’t need it, maybe I would change the phrase that is displayed on the poster to another one, but unfortunately, the cases continue to rise a lot, more and more people are dying and our leaders do nothing or pretend to do something, some countries have even flattened the curve, but unfortunately this is not our case and we still cannot find a treatment definitive for the disease.
This year Roberto Caetano died, which is a shame, and I had just met him this year, even though he is already well known. In those times, I saw some of my friends posting a desperate print, very sadly, asking him to come back, which broke my heart. One of my friends that I talked to a lot, Satihiko, also died, which although it was not from COVID-19, it was in a year as difficult as this one. We had a roleplay to finish, and now we're never going to ...
When I saw that, I immediately remembered my friend. So, in this poetry i've passed many nights writing, I wanted to pay a dedicated tribute in memory of Roberto Caetano Wolf, in addition to all the victims of this pandemic, someone whose death will leave the furry movement marked forever...
Roberto, Satihiko, and so many people who left us, present.
PORTUGUÊS
E pensar que já estaríamos bem
Que estaríamos afora, nos abraçando
Escrevo isso, mas não queria
Não posso silenciar-me enquanto uns sobrevivem, e outros estão morrendo
Embora da vida me esquecia
Me esquecendo de cada alguém
Há tempos me isolo
Esquecendo do planeta, que pede socorro
Sempre agredido, sem piedade nem consolo
A natureza se desespera
Ela berra
Com suas enchentes, incêndios, furacões, enquanto os ares se aquecem
Então ela revida, um hiato nos dá com ordem
O perigo está lá fora
Os poderosos, engravatados, decidem a ignorar
Dizendo que não passa de uma gripezinha
Que pelo seu dinheiro, seu provento, vidas terão que sacrificar
Aglomeram operários em linha
Para ao matadouro enviar
Dão o mínimo do mínimo
Um auxílio que não dá nem pro dízimo
Famílias despejadas, expulsas diante aos riscos
De pelo vírus serem contaminados
Nas chuvas, alagamentos criam prejuízos
Famílias perdem domicílios
Sem mais onde morar
Sem mais onde ficar
Mil mortes por dia nós chegamos
Ultrapassando as mortes da China, com menos habitantes
O Roberto Caetano Wolf, tão amado entre nós, furries
Nesse ano, perdemos
De luto ficamos
Lembranças que jamais serão esquecidas
Se tornaram em um pranto, ondas de tristezas
E nessa perda, encontramo-nos em nossas lágrimas
Que escorriam em nossos focinhos, perdendo-se entre os pelos
O desespero de milhares de pessoas
Que estão perdendo entes queridos
Enterrados em valas coletivas
Sem o direito de fazerem seu ritual de exéquias
Falsa quarentena
Fiquem em casa, nos dizem
Mas aos patrões permitem
Que se abram comércios
E que obriguem operários
Amontoarem-se em cada usina
Enormes corredores em shoppings e supermercados
Nas prateleiras, produtos novos
Em nossas telas, anúncios que dizem
Consumem
Comprem
Não pensem
Ditadura do consumo
Civilização suicida
Não aprendeu nada com essa pandemia
Renascem tempos de eugenia
Os casos seguem subindo
Mas seguem o planeta destruindo
Vítimas empilhadas em corredores de hospitais
Que não podem receber atendimento de profissionais
Em novos tempos de caças as bruxas
Médicos são perseguidos
Impedidos de fazerem suas pesquisas
Expostos ao perigo, sem materiais
Em espaços decadentes em seus trabalhos
Porém o tempo julga
A justiça nunca folga
O capitão que debochava
É infectado quando menos esperava
Jovens, o planeta nos espera
Façamos como nossos irmãos do norte
Estamos em um ano fatigante
Mas tudo passa, o tempo nunca para
São tempos de mudança
Tempos de criarmos um novo mundo
Tempos como esse nos guardam esperança
De um mundo sem miséria, pandemias, guerras e medo
-Josesk Volpe
Fiz essa arte quando o coronavirus tinha acabado de chegar no Brasil, o fursona no desenho pertence à Carla Yanni, e quis postar essa arte também como um presente à ela, porém nesses tempos, além da faculdade, tive algum tipo de problema psicológica, o que me dificultou muito a chegar a postar essa e outras artes que eu tinha feito nesses tempos... Como sou asperger, as vezes tenho ciclos que simplesmente prefiro me isolar da maioria, ou de todos. Peço desculpas à todos, todas e todes que não respondi ou visualizei e não respondi.
Na metade desse ano, esse ciclo começou a passar, mas o cenário mudou bastante e, infelizmente, para pior... Queria nem precisar mais postar essa arte, e se não precisasse, talvez alteraria a frase que se expõe no cartaz para outra, mas infelizmente, os casos continuam subindo muito, cada vez mais gente vem morrendo e nossos governantes não fazem nada ou fingem fazer alguma coisa, alguns países chegaram à achatar a curva, mas esse infelizmente não é o nosso caso e ainda não conseguimos achar um tratamento definitivo para a doença.
Nesse ano o Roberto Caetano morreu, o que é uma pena, e eu havia acabado de conhecer ele nesse ano, apesar de ele já ser muito conhecido. Nesses tempos, vi uns de meus amigos postando um print desesperado, com muita tristeza, pedindo para ele voltar, o que partiu meu coração. Um de meus amigos que eu conversava bastante, o Satihiko, também morreu, que embora não tenha sido de COVID-19, foi em um ano tão difícil quanto esse. Tinhamos uma roleplay para terminar, e agora nunca mais iremos...
Quando vi aquilo, lembrei imediatamente de meu amigo. Por isso, nessa poesia que passei várias madrugadas escrevendo, quis prestar uma homenagem dedicada em memória de Roberto Caetano Wolf, além de todas as vítimas dessa pandemia, alguém cuja morte deixará o movimento furry marcado para sempre...
Roberto, Satihiko, e tanta gente que partiu, presentes.
ENGLISH
"We'll defeat the pandemic, so we'll fight for the planet"
The poetry was made originally in portuguese, so i'm sorry if it lost it quality by translating it to english...
And to think that we would be fine
That we would be outside, embracing
I write this, but I didn't want to
I cannot be silent while some survive, and others are dying
Although i've been forgotting about life
Forgetting about each one
I've isolated myself for some time
Forgetting the planet, which calls for help
Always assaulted, without mercy or consolation
Nature despairs
It screams
With its floods, fires, hurricanes, while the air heats up
So she retaliates, a hiatus gives us order
The danger is out there
The powerful people, in ties, decide to ignore
Saying it's just a little grip
That for their money, their income, lives will have to sacrifice
Crowding workers in a line
To send them to the slaughterhouse
Giving us the minimum of the minimum
An aid that does not even give tithing
Evicted families, expelled in the face of risks
From the virus being contaminated
In the rains, floods create losses
Families lose homes
No more place to live
No where else to stay
A thousand deaths a day we arrive
Overcoming China's deaths, with fewer inhabitants
Roberto Caetano Wolf, so loved among us, furries
This year, we lost
We mourn
Memories that will never be forgotten
Weeping, waves of sadness
And in that loss, we find ourselves in our tears
That dripped down our snouts, getting lost among our fur
The desperation of thousands of people
Who are losing loved ones
Buried in collective ditches
Without the right to perform their funeral ritual
False quarantine
Stay at home, they tell us
But them allow bosses
To open trades
And to oblige workers
Pile up at each plant
Huge corridors in shopping malls and supermarkets
On the shelves, new products
On our screens, ads that say
Consume
Buy
Don't think
Consumer dictatorship
Suicidal civilization
Learned nothing from this pandemic
Times of eugenics are reborn
Cases continue to rise
But they keep destroying the planet
Victims stacked in hospital corridors
Who cannot receive care from professionals
In new times of hunting the witches
Doctors are persecuted
Blocked from doing their researches
Exposed to danger, without materials
In decadent spaces in their work
But time judges
Justice never slack
The captain who mocked
Get infected when you least expected it
Young people, the planet awaits us
Let us do as our brothers from the north
We are in a stressful year
But everything passes, time never stops
Times of change
Times of creating a new world
Times like this keep us hopeful
From a world without misery, pandemics, wars and fear
-Josesk Volpe
I made this art when the coronavirus had just arrived in Brazil, the fursona in the drawing belongs to Carla Yanni, and I wanted to post this art as a gift to her, but in those times, besides college, I had some kind of psychological problems, that made it very difficult for me to post this and other arts that I had done at the time ... As an asperger, sometimes I have cycles that I simply prefer to isolate myself from most, or all. I apologize to everyone, everyone and everyone that I did not answer or visualized and did not answer.
In the middle of that year, this cycle started to pass, but the scenario changed a lot and, unfortunately, for the worse ... I would like to wouldn’t even need to post this art anymore, and if I didn’t need it, maybe I would change the phrase that is displayed on the poster to another one, but unfortunately, the cases continue to rise a lot, more and more people are dying and our leaders do nothing or pretend to do something, some countries have even flattened the curve, but unfortunately this is not our case and we still cannot find a treatment definitive for the disease.
This year Roberto Caetano died, which is a shame, and I had just met him this year, even though he is already well known. In those times, I saw some of my friends posting a desperate print, very sadly, asking him to come back, which broke my heart. One of my friends that I talked to a lot, Satihiko, also died, which although it was not from COVID-19, it was in a year as difficult as this one. We had a roleplay to finish, and now we're never going to ...
When I saw that, I immediately remembered my friend. So, in this poetry i've passed many nights writing, I wanted to pay a dedicated tribute in memory of Roberto Caetano Wolf, in addition to all the victims of this pandemic, someone whose death will leave the furry movement marked forever...
Roberto, Satihiko, and so many people who left us, present.
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